Revista LOJAS Papelaria - Edição 227 - page 44

GIRO
Lojas
Março
2014
Confiança do consumidor atinge
menor patamar desde março de
2009
A percepção de que o custo de vida deve
subir significativamente em 2014 abalou a
confiança do consumidor paulistano já no co-
meço do ano. Inflação crescente, aumento de
gastos com impostos, reajuste de combustível
e tendência de baixa expansão da renda e da
economia são os principais fatores que mais
têm ameaçado o otimismo das famílias paulis-
tanas em relação à economia no começo des-
te ano.  Segundo a Federação do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (FecomercioSP), o Índice de Confiança
do Consumidor (ICC) caiu 17,9% em janeiro
deste ano, na comparação com o mesmo mês
do ano passado. O indicador passou de 160,6
para 131,7 pontos, o menor patamar desde
março de 2009, quando o indicador marcava
128,95 pontos. O indicador, apurado mensal-
mente pela federação, possui escala que varia
entre zero - pessimismo total - e 200 pontos
- otimismo total.
Em relação a dezembro, a confiança do
consumidor recuou 3,5%. Em dezembro de
2013 o indicador registrava 136,6 pontos. A
maior queda ocorreu no Índice de Condições
Econômicas Atuais (ICEA), que compõe o
ICC. Entre dezembro e janeiro, o ICEA passou
de 138,2 pontos para 130,2 pontos, o que
representa recuo de 5,8% no período. Na
base anual, a queda é mais acentuada, de
16,6%. Em janeiro de 2013, o índice marca-
va 156,1 pontos. Em relação às perspectivas
futuras, o cenário não é diferente. O Índice
de Expectativa do Consumidor (IEC) caiu 2%
entre dezembro e janeiro, para 132,8 pontos.
Na comparação com o primeiro mês de 2013,
quando o indicador marcava 163,5 pontos, o
índice recuou 18,8%.
As famílias que ganham menos de 10 salários
mínimos são as mais pessimistas em relação
ao cenário econômico atual. Em um ano, o
ICEA dessa faixa de renda apresentou variação
negativa de 17,3%, partindo de 158,1 pontos
em janeiro de 2013 para 130,7 pontos no
primeiro mês de 2014.
Metodologia
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é
apurado mensalmente pela Fecomercio desde
1994. Os dados são coletados entre 2.100
consumidores no município de São Paulo. O
objetivo da pesquisa é identificar o sentimen-
to dos consumidores levando em conta suas
condições econômicas atuais e suas expectati-
vas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de ren-
da, sexo e idade. O ICC varia de 0 (pessimis-
mo total) a 200 (otimismo total). Sua com-
posição, além do índice geral, apresenta-se
em: Índice das Condições Econômicas Atuais
(ICEA) e Índice das Expectativas do Consumi-
dor (IEC). Os dados da pesquisa servem como
um balizador para decisões de investimento e
formação de estoques por parte dos varejistas,
bem como para outros tipos de investimento
das empresas.
A metodologia do ICC foi desenvolvida com
base no Consumer Confidence Index, índice
americano que surgiu em 1950 na Universida-
de de Michigan. No início da década de 90, a
equipe econômica da Fecomercio adaptou a
metodologia da pesquisa americana à realida-
de brasileira. Atualmente, o índice da Federa-
ção é usado como referência nas reuniões do
Comitê de Política Monetária do Banco Central
(Copom), responsável pela definição da taxa
de juros no país, a exemplo do que ocorre com
o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.
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