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artigo
Por Ricardo Frederico
Mercado de papelaria
ainda é viável?
Estou neste mercado há
algum tempo e tenho
visto mudanças velozes
ocorrendo a cada ano
que passa. Mudanças
essas que levam a ques-
tionamentos, como o do
título deste ensaio acima
sugere.
Sou do tempo dos gran-
des volumes de produtos
commodities, que neste período do ano
lotavam as empresas fabricantes, me lembro
do tempo em que o preço era diário e que
muitos grandes clientes fizeram seus cresci-
mentos ganhando na virada de tabela.
Lembro, inclusive, de que por muitas vezes
sentávamos para decidir como dividir o
“pão”, no caso as mercadorias, de forma que
pudéssemos atender ao maior número de
clientes possível contidos em nossa carteira
de pedidos, com isso tentando descontentar
o mínimo possível a quem nos comprava.
Lembro, também, que o comportamento
dos consumidores foi mudando dia a dia,
com certas categorias de produtos sen-
do eleitas no PDV, como por exemplo os
cadernos flexíveis, depois os fichários, depois
as mochilas, depois os cadernos capa dura,
e por aí vai... das licenças que por muito
tempo ditaram a preferência, mais recente
as marcas próprias ganhando força. Sempre,
a busca por tendências tem sido a tônica
do mercado de papelaria e devemos estar
antenados a esses movimentos para que
não fiquemos escravos de práticas que não
são mais garantia de venda, ou mesmo de
sobrevivência nessa nossa realidade atual,
que não nos limita ao nosso mundo e sim na
tão falada “Economia Global” que ouvíamos
falar nos anos 90 e nos parecia tão distante,
mas que agora nos faz pensar em um mundo
interligado, conectado. É preciso, então,
estarmos atualizados e “antenados” a todo
este movimento.
Mas, voltando ao título proposto, o mercado
de papelaria é viável?
Respondendo, penso que depende do
ângulo e da forma como encararmos essas
mudanças que sofremos nestes últimos anos,
da forma como superamos e aceitamos as
propostas a que temos acesso. Digo isso,
que até por ter a oportunidade de viajar pelo
nosso Brasil, tenho visto muitas realidades
diferentes e situações que levam a acreditar
que a papelaria tradicional acabou, ou está
com seus dias contados.
Hoje, ainda temos empresas que focam
seus esforços em demasia na busca única e
exclusiva do preço do produto. De forma
alguma quero afirmar que este aspecto seja
pouco importante na decisão de compra;
deve sempre ser analisado sim, mas não
podemos esquecer de considerar alguns
pontos que julgo mais preponderantes. Cito
alguns e espero, de forma despretensiosa,
estar ajudando a quem ler este ensaio ao me-
nos a pensar um pouco mais em formas de
“rentabilizar” (esta é a palavra chave) seus
negócios. Vamos aos cenários:
- Seu espaço de loja é limitado, as ofertas
dos fornecedores são cada vez maiores, as
opções de categorias e modelos são infin-
dáveis, dessa forma este espaço (de loja) se
“Sempre, a busca
por tendências
tem sido a tônica
do mercado
de papelaria e
devemos estar
antenados a esses
movimentos para
que não fiquemos
escravos de
práticas que não
são mais garantia
de venda”