Faber-Castell

Venda de material escolar aumenta até 30

20/01/2009 - 00:01
Mesmo com um reajuste de preços nos itens escolares em torno de 5,6% este ano, o varejo especializado em produtos de volta às aulas diz estar otimista, com a previsão de vender de 5 a 30% a mais este ano, mesmo em tempos de crise financeira.

Segundo apurou o DCI, várias redes fizeram grandes negociações com os fornecedores antes da crise, e comemoram terem comprado da indústria antes da alta do dólar, como no caso do Grupo Pão de Açúcar, em que a bandeira Extra tem expectativa de um incremento no segmento em 30% em relação ao ano passado - sendo recorde de vendas no período. A empresa baseia a projeção na briga pelos preços, pois adquiriu muitos produtos importados ao dólar cotado a R$ 1,60. Um exemplo clássico, segundo a rede, é o de uma mochila que custa em torno de R$ 40 no mercado, mas será comercializada a R$ 9,99.

Já no caso da Kalunga, uma das maiores do segmento papelaria, a expectativa gira em torno de 15% de incremento nas vendas, sendo que no varejo popular a projeção é 5%.

Para cativar o cliente, o Extra supermercados adotou a estratégia de oferecer parcelamento das compras em até 15 vezes, no cartão da loja, além de colocar vendedores nas gôndolas de itens escolares em 25 pontos - fato inédito na rede, voltada ao alto serviço. "No supermercado há um atendente para receber a lista de materiais escolares. O cliente faz as compras e quando volta os materiais já estão separados para passar no caixa. Esperamos, no mínimo, um crescimento de 30% nas vendas", declara Amilton Bernardo, gerente Comercial do Extra. Ele explica que a bandeira terá um portfólio de 1.200 itens e como as negociações foram feitas em setembro - dólar a R$ 1,60 - terá baixos preços. "A rede que não comprou o com antecedência terá mais dificuldades, afinal vimos que alguns fornecedores já aumentaram 27% os preços, mas compramos antes", comemora.

Bernardo afirma que a gama de produtos é 20% maior que o ano passado. "A meta da rede é vendas em materiais licenciados. Outra aposta é no caderno universitário capa dura de 200 folhas que custava R$ 14,99, em 2008, mas será vendido a R$ 5,99, valor 60% mais barato. A expectativa é vender mais de 300 mil cadernos só deste tipo. Somadas todas as variedades de cadernos, a rede espera comercializar mais de 1 milhão de unidades somente nos dois primeiros meses do ano". Os materiais mais vendidos na rede são os cadernos, seguidos por mochilas, papel sulfite e canetas e lápis. "Os produtos mais baratos vendem mais, quase 80%. Outros 15% são licenciados. Eles apresentam lucratividade 5 a 7% maior na maioria dos casos".

Na rede Kalunga, o gerente Comercial, Hoslei Pimenta, comemora os primeiros dias de volta às aulas: "Os números dos primeiros dias mostram que atingiremos a meta de 15%, frente a 2008. O movimento está fantástico. A vantagem é que de 70% a 80% das vendas é feita no cartão de crédito e isto anima o consumidor". Ele destaca que a empresa oferece a venda parcelada em até 10 vezes no cartão da rede, para o consumidor final. "Para revendedores, nós temos alguns planos com desconto de 8% e valor faturado em até quatro vezes sem juros, além da possibilidade de convênios com empresas oferecendo para seus funcionários descontos para pagamento com cartões de crédito. Aumento de vendas". Quanto a repasse de preços ao consumidor final, o gerente diz que o fato não está relacionado com a crise, mas sim ao lançamento de produtos. "Os lançamentos têm custos. São novas composições, como licenciamento novo e matérias primas. É como um carro. Quando há lançamento é sempre mais caro", destaca.

Menos otimista, mas prevendo crescimento de 5% está o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região. Para o presidente da entidade, Antonio Martins Nogueira, a meta, com base na última semana será alcançada. "O público compra. É um produto que vende bem nos bairros da cidade de São Paulo e acredito que isto é um reflexo em todo estado, pois os pais enxergam o gasto como investimento futuro, por isso o mercado é sempre aquecido nesta época do ano", afirmou. Quanto a concorrência de hipermercados e grandes redes, Nogueira diz que os pequenos varejos sabem fazer "jogo de cintura e os insumos foram comprados comprado em setembro, o que garante baixo preço. Além de possibilitar descontos no pagamento à vista, ou parcelar no cheque e parcelamentos, algo raro nas grandes redes". Ele argumenta que uma alta de preços acontece, principalmente nos produtos licenciados que chegam agora com a temporada de desenhos e filmes de férias. "A média é de 15%, quando se fala em produtos como fichários. As mochilas podem chegar na casa de 20%". Como alternativa para os lojistas conseguirem melhores preços, ele aponta os produtos nacionais, que, segundo ele evoluiu muito e mantiveram os preços."Já estava encomendado e variou muito pouco. Os pedidos estavam garantidos", avaliou.

Na rede Armarinhos Fernando, com 13 lojas e considerada a maior de lojas da Rua 25 de Março, reduto do varejo e atacado paulistano, a previsão de crescimento esta na casa de 3% a 4%. A explicação de Ondamar Ferreira, gerente-geral do Armarinhos Fernando, não está na crise, mas na falta de espaço para expor os produtos. "Este patamar de crescimento é vantajoso, pois o espaço é pequeno devido a grande movimentação de quase 10 mil pessoas por dia na nossa matriz. Somos muito competitivos", reforça. O carro-chefe das vendas para esta época, de acordo com Ferreira, são papel sulfite e cadernos. "Nosso estoque foi feito há dois meses e conseguimos manter o mesmo preço dos produtos que eram nos ano passado. Quando o cliente mostra preço mais baixo, nós cobrimos. A crise não nos atingiu", comemora.

Para o empresário William Ishiy, que é presidente da Lojas Fujiyama, rede de varejo voltada para as classes C e D vê crescer 5%. "A segunda quinzena do mês é mais forte. No começo do ano existem impostos e isso onera o poder de compra". (Fonte: DCI)

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