Faber-Castell

Material escolar: indústria gráfica avalia que somente em fevereiro saberá se houve ou não retração

15/12/2008 - 00:12
Somente em fevereiro de 2009 será possível saber se houve ou não retração, por conta da crise financeira internacional, no consumo de cadernos e produtos editoriais (especificamente, livros) – os principais comercializados pelo setor gráfico no período de volta às aulas (janeiro a março).

“Os pedidos pelos canais tradicionais (papelarias e livrarias) e distribuidores são feitos, em geral, até quatro meses antes de encerramento do ano. Naquela época, não havia ainda efeitos da crise no País”, explica Alfried Plöger, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional). O executivo observa, ainda, que os pagamentos destes serviços gráficos pelas papelarias, livrarias e distribuidores são realizados em fevereiro e março, após o início das vendas diretas. “A cadeia depende do comportamento do consumidor final para saber se houve retração nas vendas de produtos escolares”, analisa Plöger.

Houve queda de 2% na produção de cadernos, entre outubro de 2007 e setembro de 2008, em relação aos 12 meses anteriores. Analisando o acumulado entre janeiro e setembro de 2008, em relação ao mesmo período de 2007, o resultado apresenta retração de 1,85% na produção física do segmento. Comparando-se os dados do trimestre de julho a setembro de 2008 com os dos mesmos meses de 2007, observa-se queda de 2,6% na produção.

No acumulado dos últimos 12 meses (outubro de 2007 a setembro de 2008), em relação aos 12 meses anteriores, houve queda de 1% na produção do segmento editorial. No acumulado de janeiro a setembro de 2008, em relação a igual período de 2007, a produção no segmento editorial teve queda de 2,16%. Entretanto, analisando-se o trimestre de julho a setembro de 2008, comparado com 2007, nota-se que houve uma melhora representativa no desempenho deste grupo, já que a sua produção cresceu 3,23% no trimestre.

De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no acumulado de janeiro a outubro de 2008, as exportações brasileiras de produtos gráficos totalizaram US$ 225 milhões, representando queda de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior (redução de 4,1% no acumulado de 12 meses). As importações totalizaram US$ 309 milhões, representando aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior (aumento de 30% no acumulado de 12 meses). O déficit, portanto, foi de US$ 84 milhões, contra US$ 10 milhões, em igual período de 2007.

Entre os US$ 309 milhões de importações de produtos gráficos, acumuladas de janeiro a outubro de 2008, destacaram-se os produtos editoriais (impressão no exterior de revistas e livros brasileiros), que representaram 37% (US$ 114 milhões) das importações gráficas totais, ou crescimento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (16,7% em 12 meses).

No tocante aos US$ 225 milhões exportados no mesmo período de janeiro a outubro, as vendas externas de cadernos, já em declínio desde 2007, acumulam queda de 29% em relação a mesmo período do ano anterior, com US$ 43 milhões exportados neste ano. Cabe observar que, no mês de outubro de 2008, isoladamente, verificou-se elevação de 11,4% das exportações de cadernos brasileiros em relação ao mês de outubro de 2007, mesmo com a crise.

De acordo com a Abigraf, a depreciação do Real verificada nos últimos dois meses pode refletir fortemente na redução do déficit da balança comercial do setor.

  Mais notícias