Revista LOJAS Papelaria - Edição 285

12 JULHO 2019 - LOJAS PAPELARIA IMPRESSORAS E MULTIFUNCIONAIS O mundo está cada vez mais digital, mas a impressão em papel está longe de acabar. No primeiro trimestre deste ano, foram vendidas 633.371 máqui- nas - entre impressoras (51.665) e multifuncionais (581.706) -, apenas 1,5% a menos do que no mesmo período do ano passado, e 34,4% a mais do que no quarto trimestre de 2018, o mais fraco daquele ano. Os dados são da IDC Brasil, empresa de inteligência de mercado, serviços de consultoria e confe- rências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações e fazem parte do estudo IDC Quarterly Hardcopy Tracker Q1/2019. “O resultado ficou ligeiramente abaixo do esperado, principalmente porque o primeiro trimestre do ano passado foi um ótimo período para o mercado de impressão e porque 2018 vinha com sinais de aquecimento da econo- mia. Após as eleições, esperava-se que este ritmo se mantivesse, mas o mercado ainda não está confiante e aguarda melhor momento para investir em estrutura e na compra de novos equipamentos”, explica Rodrigo Perei- ra, analista de mercado de impressão da IDC Brasil. Os equipamentos preferidos no primeiro trimestre de 2019 foram com tanque de tinta, com 260.930 unidades vendidas. Em seguida, vieram as impressoras com cartucho de tinta, com vendas de 251.582, os modelos a laser, com 119.465, e as matriciais, com 1.391. “Embora os modelos tanque de tinta tenham sido os mais vendidos no primeiro trimestre, a ca- tegoria que mais cresceu foi a de cartucho, que cresceu 4,7%. Os outros três tipos tiveram queda em relação ao mesmo período de 2018.Tanque de tinta caiu 3,2%, laser teve queda de 9,1%, e matricial 25,5%”, o ana- lista da IDC Brasil.   Os modelos com cartucho de tinta também foram os que tiveram maior representatividade nas vendas no varejo. Neste mercado, que consumiu 369.793 máquinas, 199.896 (54,1%), eram desse modelo. As máquinas tanque de tinta ficaram em segundo lugar na preferência do consumidor, com    vendas de 150.831 unidades (40,8%), e na sequência os modelos a laser, com 19.066 (5,2%) equipamentos vendidos. “Nesta época do ano, por conta da volta às aulas, é natural um volume de vendas maior no va- rejo”, diz Rodrigo. Mas, destaca o analista, quando se trata do mercado de impressão, o recorte entre varejo e corporativo não deve ser visto com rigor absoluto, já que, além de usuários domésticos, também profissionais liberais, micro e pequenas empresas compram esse tipo de equipamento em lojas físicas e online. Em termos de preços, alguns fabricantes trabalharam com preços promo- cionais, principalmente para linhas voltadas para o varejo e em ações de volta às aulas. Outros apresentaram ticket médio acima do praticado no primeiro trimestre de 2018, devido ao lançamento de produtos e pelo fato Mercado de impressão tem queda de 1,5% no primeiro trimestre Já quando comparado ao quarto trimestre do ano passado, o pior do ano,  houve crescimento de 34,4% de que, no início do ano passado, o dólar estava mais estável e com cota- ção inferior, quando comparado ao mesmo período deste ano.  O resultado dessa combinação de preços gerou uma receita total de US$168.7 milhões, queda de 4,7% em relação aos três primeiros meses de 2018. Para o segundo trimestre, a expectativa da IDC é de queda de 3,9% e, para o ano todo, a projeção é de crescimento de 3,5%. “O ótimo desempenho do mercado total de impressão em 2018 acentua a queda em 2019, mas no último trimestre deve haver um impulso que elevará a média anual. Se- gundo economistas, as resoluções político econômicas projetadas para o final do ano devem reaquecer a economia brasileira e espera-se uma rápida resposta do mercado após isso,”, afirma o analista da IDC.  “Com a recupe- ração da confiança do empresário e do consumidor, aliado à estabilização econômica, podemos ter a volta de investimentos em estrutura, equipa- mentos e em novos colaboradores, e isso deve direcionar o mercado de volta ao prumo”, reflete. Segundo Rodrigo, o mesmo vale para o mercado de consumo, uma vez que a segurança profissional e o equilíbrio da renda familiar podem impulsionar a substituição de equipamentos domésticos, investimento que vem sendo postergado por conta da insegurança e insta- bilidade no futuro por parte dos consumidores. Quanto ao fôlego do mercado de impressão frente a transformação digital, o analista de mercado da IDC Brasil é enfático: “Ouve-se muito sobre a redução do número de páginas impressas por conta da adoção da tec- nologia, porém da mesma forma que muitas pessoas e empresas migram investimentos para soluções digitais, novas empresas e empreendedores estão entrando agora na era digital e criando estruturas que demandam investimentos em equipamentos para impressão e gestão de documentos”. Já sobre impressão 3D, ainda é um mercado de nicho, mas com indica- ção de crescimento em 2019. Mundialmente, segundo o IDC Wordwilde Semiannual 3D Printing Spending Guide, os investimentos globais para o ano devem ficar em US$13,8 bilhões, crescimento de 21% em relação a 2018. Na América Latina, os investimentos devem ser de US$53 milhões, avanço de 25%.

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